Depressão: entenda os sintomas, impactos e como ajudar

“Não existe saúde sem saúde mental”. O alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça a importância de cuidar do bem-estar emocional, muitas vezes negligenciado. Entre os desafios mais comuns está a depressão, um transtorno que afeta milhares de indivíduos e pode comprometer diversas áreas da vida¹, como trabalho, vida pessoal e familiar.

Segundo a OMS, mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com a doença, que já é uma das principais causas de incapacidade no trabalho¹.

Por isso, compreender o que a depressão pode causar no corpo ajuda a reconhecer sinais e buscar ajuda de forma segura.

As causas combinam fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos¹, o que torna fundamental entender o que é depressão e suas manifestações. Somente assim é possível oferecer acolhimento e saber como auxiliar uma pessoa no tratamento para recuperar a qualidade de vida.

Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou quase 14 milhões de atendimentos psicológicos, um crescimento expressivo, especialmente entre os jovens².

Nos próximos tópicos, explicaremos os sintomas mais comuns, os impactos do transtorno e como ajudar uma pessoa com depressão.

Resumo

• A depressão é um transtorno mental que afeta o humor, provoca tristeza persistente e leva à perda de interesse pelas atividades do dia a dia^3,4.
• Os sintomas mais comuns são: tristeza, irritação, sensação de vazio, culpa excessiva, fadiga, alterações de sono e apetite e dificuldade para concentrar e decidir⁶.
• A doença pode causar desequilíbrio de serotonina, noradrenalina, dopamina e glutamato no sistema nervoso central, o que desencadeia os sintomas³.
• Para ajudar uma pessoa com o transtorno, ofereça apoio sem julgamento, convites para atividades ao ar livre, ajuda para seguir a medicação e tenha paciência no processo⁷.
  
  

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Boa leitura!

O que é depressão?

A depressão é um transtorno mental comum que afeta negativamente o humor e causa um sentimento persistente de tristeza e perda de interesse. O transtorno depressivo maior (TDM) altera a maneira como a pessoa sente, pensa, age e percebe o mundo. Globalmente, estima-se que 5% dos adultos tenham a doença^3,4.

O quadro pode afetar qualquer pessoa. Porém, algumas situações específicas aumentam a probabilidade de desenvolver a doença, como sofrer abusos, passar por perdas graves ou vivenciar eventos estressantes⁴.

Além disso, mulheres têm mais chance de desenvolver TDM do que homens. Em relação à faixa etária, adultos jovens são mais propensos à doença do que os mais velhos⁴.

Segundo o Instituto de Qualidade e Eficiência em Assistência à Saúde da Alemanha, os transtornos depressivos são classificados em⁵:

• transtorno depressivo maior (o tipo mais comum);
• transtorno depressivo persistente (depressão crônica);
• transtorno afetivo sazonal (TAS);
• depressão pós-natal;
• transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM);
• transtorno bipolar.
  
  

Saber o que é depressão é fundamental para identificar mudanças sutis no próprio comportamento ou no de pessoas próximas. Assim, fica mais fácil reconhecer os sinais mais evidentes quando o quadro está presente. Confira no próximo tópico!

Leia também: Dia Mundial da Saúde Mental: como lidar com a depressão?

Quais são os sintomas de depressão?

Os sintomas de depressão podem variar de leves a graves e se manifestam de forma diferente em cada pessoa. Esses sinais incluem⁶:

• aumento da atividade física sem propósito (por exemplo, por inquietude);
• dificuldade para pensar ou se concentrar;
• diminuição da energia ou aumento do cansaço;
• dormir muito pouco ou muito;
• esquecimento e/ou dificuldade para tomar pequenas decisões;
• mudança significativa no apetite (comer muito menos ou mais do que o habitual) e/ou no peso (perda ou ganho notável não relacionado à dieta);
• pensamentos de morte, ideação suicida ou tentativas de suicídio;
• perda de interesse ou prazer em atividades habituais;
• sensação de inutilidade e culpa excessiva;
• sensação de tristeza, irritação, vazio e/ou falta de esperança.
  
  

É normal vivenciar momentos de tristeza ou sentir-se “deprimido” e melancólico às vezes. Porém, o diagnóstico de transtorno depressivo maior ocorre quando os sintomas de depressão predominam em boa parte do dia, quase todos os dias, por mais de duas semanas⁶.

Por isso, é importante buscar um profissional médico para obter o diagnóstico e tratamento ideal.

Além disso, a mudança drástica no comportamento diário, por exemplo, no desempenho profissional ou escolar, nos relacionamentos pessoais e nos hobbies, é outro fator importante⁶.

Felizmente, o quadro tem tratamento e o paciente pode se recuperar totalmente com um bom acompanhamento médico e suporte de uma rede de apoio⁶.

Para compreender a importância desse cuidado, é essencial observar o que a depressão pode causar no corpo. A seguir, entenda as alterações orgânicas provocadas pela doença.

O que a depressão pode causar no corpo?

Ainda não há uma explicação totalmente definida sobre o que a depressão pode causar no corpo. As evidências atuais mostram que ocorre uma interação complexa entre a disponibilidade de neurotransmissores e a regulação/sensibilidade dos receptores³.

Confira o que se sabe atualmente sobre os mecanismos da doença:

• alterações na atividade da serotonina no sistema nervoso central (SNC) são fatores essenciais para o surgimento da depressão³;
• outros neurotransmissores também estão envolvidos, como norepinefrina (NE), dopamina (DA), glutamato e BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro)³;
• a eficácia de antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), mostra a influência desses neurotransmissores no SNC³;
• esses remédios bloqueiam a reabsorção da serotonina, o que favorece a regulação dos receptores neuronais, equilibra as funções nervosas e reduz os sintomas depressivos³;
• mudanças de estação (principalmente outono e inverno, em regiões frias) podem desregular os níveis de serotonina, o que afeta o ritmo circadiano e aumenta os sintomas da depressão³.
  
  

Para reequilibrar o sistema nervoso central, é fundamental buscar orientação médica. Veja como ajudar uma pessoa com depressão a encontrar tratamento e oferecer suporte emocional durante essa fase.

Como ajudar uma pessoa com depressão?

Se alguém que você conhece está deprimido, ajude-o a consultar um profissional de saúde. Confira a seguir outras formas de ajudar.

1. Ofereça apoio e incentivo

Converse com a pessoa sobre as mudanças no comportamento e explique que a depressão é uma condição de saúde, não uma falha ou fraqueza pessoal, e que pode melhorar com tratamento. Se tiver disponibilidade, ofereça-se para acompanhá-la na consulta⁷. Disponha-se a ajudar em pequenas tarefas do dia a dia, que podem ser difíceis para pessoas nessas condições, como alimentação balanceada, arrumar o ambiente ou banhar-se.

2. Convide para atividades ao ar livre

Incentivar um amigo ou familiar a realizar atividades ao ar livre, como caminhadas, passeios e almoços familiares, pode auxiliar no tratamento e amenizar os sintomas. O contato com a natureza e o sol libera serotonina e endorfina, o que melhora o humor e o bem-estar⁷.

3. Ajude a seguir o tratamento

Dependendo do grau da doença, é necessário auxiliar mais de perto no plano de tratamento. Agendar lembretes para a administração dos medicamentos prescritos, por exemplo, é uma atitude simples que faz o paciente se sentir seguro e acolhido⁷.

4. Ofereça carona ou acompanhamento para as sessões de terapia

Geralmente, o tratamento medicamentoso é associado ao atendimento psicoterapêutico, o que ajuda o paciente a refletir sobre questões importantes. Sempre que possível, ofereça-se para levar a pessoa à terapia ou organize uma rede de amigos para revezar⁷.

5. Reforce a importância de ser paciente

Aprender como ajudar uma pessoa com depressão exige paciência e compreensão para não gerar culpa ou ansiedade por resultados. É essencial compreender que, com tempo e tratamento adequado, o transtorno pode melhorar⁷.

Depressão: se precisar, peça ajuda!

A depressão pode se manifestar de formas e intensidades diferentes em cada pessoa. Por isso, procure ajuda tanto para se tratar quanto para cuidar de uma pessoa querida⁶.

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é um serviço gratuito que pode ajudar pacientes e familiares a lidar com um transtorno depressivo maior e buscar o tratamento adequado⁸.

O atendimento é realizado pelo telefone 188, disponível 24 horas por dia e sem custo de ligação. Lembre-se: você não está sozinho⁸!

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