Ansiolítico: o que faz no organismo + dicas naturais [GUIA]
Dr. Márcio de Queiroz Elias Publicado em: 27/03/2025 - Atualizado em: 05/11/2025Entenda para que serve o ansiolítico, os tipos, quando seu uso é recomendado e qual médico pode prescrever o tratamento.
Você já se pegou com o coração acelerado e a cabeça cheia de preocupações que parecem não ter fim? Ou com a sensação de estar preso em um turbilhão de pensamentos que não te deixam respirar? Se esses momentos são frequentes em sua vida, saber o que o ansiolítico faz pode ser o primeiro passo para retomar o controle da sua rotina 1.
Esses medicamentos atuam no sistema nervoso e ajudam a acalmar a mente, reduzir a tensão e trazer momentos de tranquilidade, mesmo em dias difíceis. Combinados ao acompanhamento médico e psicológico, os fármacos podem transformar a forma como você lida com o estresse diário 1.
Aliás, nossa geração está mais ansiosa do que nunca. E os transtornos de ansiedade são os distúrbios mais prevalentes no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 264 milhões de pessoas sofrem com o problema, condição que pode prejudicar a vida social e profissional 1.
Neste artigo, você vai entender mais sobre o tema e, inclusive, descobrir em quantos dias o ansiolítico faz efeito. Aproveite a leitura e tire suas dúvidas!
Resumo
- Um medicamento ansiolítico é eficaz no tratamento de distúrbios de ansiedade, estresse e tensão 1,2.
- Sua ação no sistema nervoso favorece o relaxamento do corpo e causa uma sedação leve, o que ameniza os sintomas da ansiedade 1,2.
- A diferença entre antidepressivo e ansiolítico está na ação: o primeiro trata quadros graves ou persistentes e o segundo é ideal para aliviar rapidamente os sintomas 2,3.
- Geralmente, o tratamento da ansiedade envolve o uso de medicamentos e o acompanhamento psicológico 2.
- Existem diferentes tipos de remédios, como inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina, benzodiazepínicos e betabloqueadores 2.
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O que é um ansiolítico?
É um medicamento utilizado para tratar sintomas de ansiedade, estresse intenso e tensão emocional. Embora essas emoções sejam naturais e comuns no dia a dia, quando se tornam persistentes, frequentes e excessivamente intensas, podem se transformar em transtornos significativos, prejudicar a saúde mental e afetar de forma relevante a qualidade de vida 1,2.
Com ação calmante e tranquilizante, favorece o relaxamento mental e muscular, o que ajuda a amenizar os sintomas e reduzir os episódios. Além disso, o médico pode recomendar a combinação do tratamento medicamentoso com a psicoterapia 1,2.
Como se vê, entender o que é um ansiolítico é fundamental para tratar os sinais de quando a ansiedade ou o estresse ultrapassam os limites do cotidiano e comprometem a qualidade de vida.
Com essa informação, fica mais fácil buscar orientação médica adequada e combinar medicação e acompanhamento psicológico para um tratamento eficaz e seguro.
Qual a diferença entre antidepressivo e ansiolítico?
A diferença entre antidepressivo e ansiolítico é para que tipo de transtorno mental cada medicamento é indicado 2,3:
- o primeiro trata principalmente quadros de depressão;
- o segundo é recomendado para o tratamento de sintomas de ansiedade.
Porém, o médico também pode prescrever o uso de um antidepressivo para um paciente com ansiedade, especialmente para o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), a fobia social e o transtorno do pânico 3.
Essa decisão não é incomum, principalmente porque os transtornos podem estar associados. Além disso, para quadros mais graves, um antidepressivo pode ser mais efetivo 3.
Afinal, enquanto o ansiolítico age no sistema nervoso central para promover relaxamento e, às vezes, sedação leve, os antidepressivos atuam no equilíbrio dos neurotransmissores que modulam o humor e o comportamento 2,3.
Outra diferença entre antidepressivo e ansiolítico é o tempo de resposta ao tratamento, o que pode influenciar a decisão do médico sobre o uso de cada medicamento. Normalmente, o segundo tipo é ideal para tratamentos de curto prazo 2.
Quais os tipos de medicamentos ansiolíticos?
Para ansiedade, as principais opções que os médicos costumam prescrever são 2:
- inibidores seletivos de recaptação de serotonina (fluoxetina, sertralina, paroxetina, escitalopram e citalopram): medicamentos antidepressivos indicados para todos os transtornos de ansiedade e considerados a primeira linha de tratamento;
- inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (venlafaxina e duloxetina): o tipo de medicamento mais recomendado para o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG), embora sejam antidepressivos;
- benzodiazepínicos (alprazolam, clonazepam, diazepam e lorazepam): recomendados para o tratamento de curto prazo da ansiedade, visto que agem rápido e proporcionam alívio dos sintomas em 30 minutos a uma hora;
- betabloqueadores (propranolol e atenolol): usualmente indicado para tratar hipertensão e cardiopatia isquêmica, os betabloqueadores são recomendados em casos de ansiedade para tratamento dos sintomas físicos, como frequência cardíaca rápida, voz trêmula, suor, tontura e mãos trêmulas, indicados principalmente para quadros de fobia.
Para que serve o ansiolítico no organismo?
Cada tipo tem um mecanismo de ação. Os benzodiazepínicos, que são a classe de medicamentos psiquiátricos mais amplamente prescrita no mundo, aliviam os sintomas da ansiedade ao reduzirem a atividade cerebral, o que proporciona relaxamento. Esse processo ocorre porque o remédio aumenta a atividade do GABA, neurotransmissor que diminui a atividade dos neurônios e provoca efeito sedativo 1.
Ou seja, o ansiolítico serve para que os sintomas da ansiedade se minimizem, de modo a devolver o bem-estar e a tranquilidade no dia a dia 1.
Quando o uso de um remédio para ansiedade é recomendado?
Recomenda-se para casos de ansiedade patológica moderada a grave, em especial quando somente a psicoterapia não é suficiente para melhorar os sintomas e a qualidade de vida do paciente. A administração do remédio precisa de acompanhamento profissional para possíveis ajustes da dose e para retirar a medicação, quando o tratamento terminar 2.
Qual médico pode prescrever um medicamento para ansiedade?
O tratamento para a ansiedade envolve uma abordagem multidisciplinar com o psiquiatra, o profissional mais indicado para lidar com o transtorno, e um psicólogo 2.
O psiquiatra é especializado em saúde mental e pode avaliar a gravidade da sua ansiedade, prescrever medicações adequadas e ajustar o tratamento conforme necessário 2.
Além disso, o psicólogo desempenha um papel essencial no processo, especialmente para te ajudar a identificar e modificar pensamentos e comportamentos que contribuem para o quadro 2.
No entanto, lembre-se de que o psicólogo não pode receitar medicações, ok? Caso julgue necessário, ele deve te encaminhar para uma avaliação psiquiátrica.
A seguir, confira as principais dúvidas sobre o tema, entenda em quantos dias o ansiolítico faz efeito e os cuidados com o tratamento.
FAQ
O que é um ansiolítico natural?
É uma substância de origem vegetal que ajuda a acalmar o sistema nervoso e reduzir a ansiedade e a tensão de forma leve e gradual. Camomila, capim-cidreira (erva-cidreira), melissa, flor de laranjeira e maracujá são opções fitoterápicas que apresentam compostos calmantes para o relaxamento e podem complementar hábitos saudáveis e terapias 5,6.
Quais chás funcionam como ansiolítico natural?
Chás calmantes preparados por infusão, como os de camomila, erva-cidreira, melissa, flor de laranjeira e folhas ou polpa de maracujá, atuam como ansiolíticos naturais. Suas propriedades relaxantes ajudam a diminuir a tensão muscular, acalmar a mente e facilitar o sono. Entretanto, não substituem o tratamento médico em casos de ansiedade moderada a grave 5,6.
O que o ansiolítico faz?
Atua no sistema nervoso central para promover relaxamento físico e mental e reduzir sintomas de ansiedade, estresse e tensão. O medicamento favorece uma sedação leve, que diminui a agitação e os pensamentos acelerados. Seu uso é indicado em tratamentos de curto prazo ou conforme orientação médica 1,2.
Em quantos dias o ansiolítico faz efeito?
O tempo de ação varia conforme o tipo. Benzodiazepínicos, por exemplo, agem entre 20 e 60 minutos após a administração. Já antidepressivos com efeito ansiolítico, como ISRS e ISRSN, podem demorar algumas semanas para apresentar resultados consistentes. O acompanhamento médico é essencial para ajustar a dose e o tempo de uso 2,4.
Existe contraindicação para medicamentos ansiolíticos?
O medicamento pode ser contraindicado para gestantes, pessoas com alergia aos componentes da fórmula, problemas respiratórios, hepáticos ou dependência química. O uso sem acompanhamento médico pode causar efeitos colaterais, dependência e interação com outras substâncias. Portanto, é fundamental o acompanhamento de um profissional de saúde 2.
O que alivia a ansiedade forte?
Para aliviar crises de ansiedade, pode-se associar psicoterapia, técnicas de respiração, relaxamento muscular e, se necessário, medicamentos ansiolíticos com prescrição médica. O tratamento adequado ajuda a controlar sintomas, como taquicardia, tensão e agitação mental. A prática regular de atividade física e o apoio emocional também contribuem para a melhora 2.
Para que serve ansiolítico em adultos?
Serve para tratar transtornos de ansiedade, estresse e tensão que prejudicam a rotina e o bem-estar. Além disso, ajuda a controlar sintomas físicos, como taquicardia e tremores, e mentais, como agitação e preocupação excessiva. O tratamento deve ser acompanhado por um médico e pode incluir sessões de psicoterapia 1,2.
Tem como comprar ansiolítico sem receita?
Não, pois são medicamentos de uso controlado, já que podem causar dependência e efeitos colaterais. Alguns ansiolíticos naturais, como chás e fitoterápicos, estão à venda sem receita, mas não substituem o tratamento médico. Em casos de ansiedade intensa ou persistente, é essencial procurar orientação profissional 1,2,4-6.
Qual ansiolítico faz efeito rápido?
Os benzodiazepínicos, como alprazolam, clonazepam e diazepam, são ansiolíticos de ação rápida. Começam a agir entre 20 minutos e 1 hora e proporcionam alívio dos sintomas físicos e mentais da ansiedade. Geralmente, são indicados para crises agudas ou uso de curto prazo, sempre com prescrição e acompanhamento médico 2,4.
O que é diazepam?
O diazepam é um remédio controlado, à venda sob prescrição médica, indicado para o tratamento sintomático da ansiedade, tensão e outros sintomas físicos e psicológicos associados ao transtorno. Sua ação sedativa controla os efeitos da ansiedade no corpo, previne convulsões e atua como um relaxante muscular 4.
Em geral, é possível perceber a melhora dos sintomas após 20 minutos da sua administração 4.
Para saber mais sobre o medicamento, confira a bula.
Cuidar da saúde mental é fundamental para ter qualidade de vida e bem-estar. Agora você sabe o que o ansiolítico faz, mas se quer aprender mais sobre ansiedade e outras estratégias para manter o equilíbrio emocional, acompanhe o blog da Neo Química.
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Diazepam 5 mg e 10 mg. Comprimido. MS 1.5584.0121. VIA DE ADMINISTRAÇÃO: ORAL. USO ADULTO. INDICAÇÕES: para alívio sintomático da ansiedade, tensão e outras queixas somáticas ou psicológicas associadas com a síndrome da ansiedade. Pode também ser usado no tratamento da espasticidade devido à lesão dos interneurônios espinhais e supraespinhais, tal como ocorre na paralisia cerebral e paraplegia, assim como na atetose e na síndrome rígida. CONTRAINDICAÇÕES: não deve ser administrado a pacientes com hipersensibilidade aos benzodiazepínicos ou a qualquer excipiente do produto, glaucoma de ângulo agudo, insuficiência respiratória grave, insuficiência hepática grave, síndrome da apneia do sono ou miastenia gravis. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES: não deve ser utilizado em pacientes com insuficiência hepática grave. Pode ocorrer alguma redução na resposta aos efeitos dos benzodiazepínicos, após uso repetido de diazepam, por período prolongado. Pode levar ao desenvolvimento de dependência física ou psíquica. Nesta situação, a retirada abrupta do tratamento será acompanhada de sintomas de abstinência. O diazepam deverá ser utilizado em pacientes pediátricos com extrema cautela e somente quando outras alternativas terapêuticas não estiverem disponíveis. São recomendadas doses menores para pacientes idosos, debilitados e com insuficiência respiratória crônica por causa do risco de depressão respiratória. Se o produto for prescrito para uma mulher em idade fértil, ela deve entrar em contato com o seu médico para a interrupção do produto, caso queira engravidar ou suspeite de gravidez. Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Não deve ser administrado em pacientes que estejam amamentando. Pacientes sob uso de diazepam devem ser alertados quanto à realização de atividades perigosas que requeiram grande atenção, como operar máquinas perigosas ou dirigir veículos. Devem ser igualmente alertados sobre o consumo concomitante de bebidas alcoólicas, pois pode ocorrer potencialização dos efeitos indesejáveis de ambas as drogas. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: os inibidores e indutores de CYP3A4 e CYP2C19, suco de toranja, derivados de antimicóticos, fluvoxamina, contraceptivos hormonais combinados; omeprazol, inibidor de bomba de prótons, cimetidina, antagonista do receptor H2 da histamina e inibidor de múltiplas isoenzimas CYP, antituberculínicos, diltiazem, bloqueador do canal de cálcio, psicoestimulantes modafinil e armodafinil, rifampicina, carbamazepina, alimentos e antiácidos, drogas procinéticas, metoclopramida intravenosa, morfina, petidina, clozapina, fenotiazinas, levopromazina, olanzapina, metadona, levodopa, xantinas teofilina, cafeína, cetamina e álcool. REAÇÕES ADVERSAS: efeitos mais comumente: cansaço, sonolência e fraqueza muscular. Esses efeitos ocorrem predominantemente no início do tratamento e geralmente desaparecem com a administração prolongada. POSOLOGIA: dose inicial: de 5-10 mg. Dependendo da gravidade dos sintomas, 5-20 mg/dia. Cada dose oral para adultos não deve normalmente ser superior a 10 mg. Pacientes idosos e com distúrbios da função hepática devem receber doses menores. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. O ABUSO DESTE MEDICAMENTO PODE CAUSAR DEPENDÊNCIA. MB02/18. Outubro/2025.
Sobre o autor
Dr. Márcio de Queiroz Elias
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro em 1994, concluiu sua especialização em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo em 1996. Entre 2004 e 2005, ocupou posições de liderança em maternidades e instituições hospitalares, onde consolidou sua experiência em gestão na área da saúde.