Como prevenir o AVC? Conheça causas, sintomas e tratamentos
Dra. Bruna Campos Oliveira Publicado em: 09/10/2025 - Atualizado em: 09/10/2025Saiba como prevenir o AVC com adoção de práticas simples no dia a dia. Aprenda ainda a identificar os sintomas e quando buscar ajuda médica.

O Acidente Vascular Cerebral é uma condição grave e potencialmente fatal, que exige atenção aos primeiros sinais e, sobretudo, à prevenção. Apesar de seu impacto alarmante na saúde pública, é possível reduzir os riscos e aprender como prevenir o AVC com medidas simples no dia a dia.
Essa condição, que afeta mais os homens, é uma das principais causas de internações, incapacitação e falecimentos em todo o mundo. No Brasil, é a segunda enfermidade mais letal. Logo, quanto mais rápido você descobrir o AVC, mais eficiente será o tratamento ¹,².
Para manter a qualidade de vida e prevenir doenças mais graves, aproveite este artigo para tirar suas dúvidas sobre o que é AVC, principais causas, sintomas e práticas de prevenção.
Resumo
- O AVC é causado pelo entupimento ou rompimento de vasos cerebrais, o que afeta a oxigenação do cérebro e pode gerar sequelas graves ou fatais ¹.
- Os sintomas incluem fraqueza em um lado do corpo, fala enrolada, dor de cabeça súbita e alterações visuais ¹,².
- Entre as causas estão: hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo e histórico familiar ¹,².
- É possível reduzir o risco com hábitos saudáveis, controle de doenças crônicas e acompanhamento médico regular ¹-³.
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O que é AVC?
O AVC, sigla de Acidente Vascular Cerebral, é uma doença que promove o rompimento ou o entupimento de vasos sanguíneos que irrigam o cérebro e levam nutrientes e oxigênio. Por isso, pode provocar paralisia da área afetada, que ficou sem o adequado fluxo sanguíneo, o que gera morte das células e incapacidades físicas e cognitivas ¹.
Sua classificação se divide em dois tipos ²:
- AVC isquêmico: responsável por cerca de 85% dos casos de AVC, representa a obstrução ou redução da circulação sanguínea em uma artéria cerebral;
- AVC hemorrágico: ruptura espontânea (sem trauma) de um vaso sanguíneo, que causa hemorragia dentro do cérebro (intracerebral), do sistema ventricular (intraventricular) e/ou do espaço subaracnóideo (subaracnóide).
Apesar de acometer pessoas de qualquer idade, é mais frequente em pacientes com problemas cardiovasculares e idosos ².
O que pode causar o AVC?
Existem diversas razões para o desenvolvimento de um Acidente Vascular Cerebral. Nos casos do AVC hemorrágico, por exemplo, as causas envolvem pressão alta descontrolada, ruptura de um aneurisma, ferimentos na cabeça e no pescoço, distúrbios de coagulação do sangue e doenças cardíacas. Já o isquêmico pode incluir trombose ou embolia ¹.
Porém, de modo geral, o que pode causar o AVC são fatores relacionados ao estilo de vida e doenças crônicas, como ¹:
- hipertensão;
- diabetes tipo II;
- colesterol alto;
- sobrepeso e obesidade;
- tabagismo;
- consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- idade avançada;
- sedentarismo;
- histórico familiar;
- uso de drogas ilícitas.
Quais os principais sintomas de AVC?
Os sintomas do AVC incluem, principalmente ¹,²:
- confusão mental;
- alteração da fala (fala enrolada) ou da compreensão;
- mudanças na visão em um ou ambos os olhos, com embaçamento ou visão dupla;
- dor de cabeça repentina e intensa, sem causa percebida;
- boca torta ao falar;
- fraqueza ou formigamento em um lado do corpo, como no braço, na perna ou no rosto;
- dificuldade de equilíbrio, coordenação motora ou tontura.
Para diagnosticar o AVC, o médico pode solicitar exames de imagem do cérebro para verificar a área afetada, como a tomografia computadorizada, que ajuda até mesmo a identificar sinais precoces de isquemia ¹.
Lembramos que a qualquer sinal de alerta, procure imediatamente uma emergência hospitalar. Se precisar, ligue para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU - 192) ou para os Bombeiros (193) ¹.
Atenção: quanto mais rápido for o atendimento, maior é a probabilidade de evitar sequelas e complicações fatais ¹.
Como reconhecer os sintomas do AVC?
Para entender se o que a pessoa sente é realmente um sintoma de AVC, faça os seguintes testes práticos conforme recomendações do SAMU ².
- Peça para a pessoa sorrir. Se a boca estiver torta, pode ser um AVC;
- Mande a pessoa dar um abraço. Se um dos braços cair, pode ser um AVC;
- Solicite que a pessoa fale uma frase ou cante uma música. Se a fala estiver enrolada ou estranha, pode ser um AVC.
Em resumo, as indicações são: verificar se um lado do rosto está caído ou paralisado; se um dos braços está fraco e com dificuldade de movimentação; se faltam forças em uma das pernas; e se a visão está ruim e de modo súbito ².
Como prevenir o AVC?
A melhor forma de evitar um Acidente Vascular Cerebral é adotar hábitos saudáveis no dia a dia e controlar doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e colesterol alto ¹,²,³.
Embora você não possa modificar fatores, como idade e genética, a prevenção é possível e extremamente eficaz quando associada a uma rotina equilibrada, exames regulares e atenção aos sinais de risco ¹,²,³.
Veja abaixo como prevenir o AVC.
Conheça seus fatores de risco
Entender os principais fatores de risco é um passo essencial para investir em práticas de prevenção do AVC, inclusive seguir corretamente o tratamento da possível causa ².
Hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, obesidade e fibrilação atrial estão entre as principais condições que favorecem o derrame ².
Logo, saber se você tem alguma dessas condições permite agir com antecedência, com apoio médico e mudanças no estilo de vida ².
Pratique atividades físicas regularmente
A prática regular de exercícios físicos melhora a circulação sanguínea, fortalece o coração e ajuda o controle da pressão arterial, do peso e da glicemia ³.
Atividades, como caminhadas, natação ou ciclismo, são indicadas para manter o sistema cardiovascular saudável e reduzir significativamente o risco de AVC ¹,².
Adote uma alimentação equilibrada
Reduzir o consumo de sal, açúcar, gorduras saturadas e bebidas alcoólicas é fundamental. Priorize frutas, vegetais, grãos integrais, leguminosas e gorduras boas, como azeite de oliva e oleaginosas na sua rotina alimentar. E não se esqueça: beba bastante água diariamente ¹,³!
Essa mudança ajuda a controlar a pressão arterial, os níveis de colesterol e o peso corporal, fatores-chave na prevenção do AVC ¹.
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Mantenha a pressão arterial sob controle
A hipertensão é o principal fator de risco para o AVC ³.
Controlar a pressão com alimentação adequada, prática de exercícios e, quando necessário, medicação, pode reduzir em até 90% as chances de sofrer um derrame ³.
Além disso, medir a pressão com frequência e seguir orientações médicas é indispensável ².
Cuide do peso corporal
O sobrepeso e a obesidade favorecem o desenvolvimento de hipertensão, diabetes e colesterol alto, condições que aumentam muito o risco de AVC ³.
Manter o peso conforme a faixa ideal ajuda a reduzir a sobrecarga nos vasos sanguíneos e protege o cérebro contra eventos isquêmicos e hemorrágicos ³.
Controle o colesterol e a glicemia
Altos níveis de colesterol LDL contribuem para o acúmulo de placas nas artérias, o que dificulta a circulação de sangue no cérebro. Já o excesso de glicose no sangue danifica os vasos e favorece a formação de coágulos sanguíneos (trombos) ¹,³.
Alimentação adequada, exercícios e, se necessário, medicamentos são formas eficazes de manter esses indicadores sob controle ³.
Evite o tabagismo e o consumo excessivo de álcool
Fumar aumenta a pressão arterial, danifica os vasos sanguíneos e facilita a formação de coágulos, enquanto o álcool, em excesso, eleva os níveis de triglicerídeos e compromete o fígado e o coração ¹-³.
Portanto, abandonar esses hábitos é uma das decisões mais importantes para quem busca prevenir o AVC ¹.
Controle o estresse
Altos níveis de estresse prolongado afetam negativamente a saúde cardiovascular e aumentam os riscos de pressão alta e arritmias ³.
Atividades prazerosas, como leitura, lazer com amigos, contato com a natureza e momentos de descanso, ajudam a manter o equilíbrio emocional e contribuem para a prevenção do derrame ³.
Mantenha o acompanhamento médico em dia
Consultar regularmente clínicos gerais, cardiologistas e endocrinologistas é fundamental para detectar precocemente alterações nos principais fatores de risco. Exames simples, como aferição da pressão, testes de glicemia e colesterol, ajudam a mapear sua saúde e direcionar medidas preventivas de forma personalizada ²,³.
Cabe destacar que, em caso da ocorrência de um derrame, existe tratamento com foco na reabilitação do paciente. Porém, aprender como prevenir o AVC é o melhor caminho para manter sua qualidade de vida ².
Quais são os tratamentos para o AVC?
O tratamento do AVC deve começar o mais rápido possível em centros especializados, pois o tempo entre os primeiros sintomas e o atendimento médico é crucial para evitar sequelas. As opções variam conforme o tipo e a gravidade e podem incluir o uso de trombolíticos, cirurgia e reabilitação multiprofissional ¹-³.
No AVC isquêmico, por exemplo, o medicamento trombolítico pode dissolver o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo, desde que administrado nas primeiras horas após o início dos sintomas ².
Já no AVC hemorrágico, o foco está em controlar a pressão intracraniana e, em alguns casos, remover o hematoma por cirurgia ³.
A reabilitação é fundamental e pode envolver fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e suporte psicológico, com planos personalizados para recuperar funções motoras e cognitivas ³.
Cabe destacar que a recuperação depende da gravidade do evento e da rapidez com que o tratamento foi iniciado ³.
Embora existam tratamentos eficazes, a melhor abordagem continua sendo a prevenção.
Logo, como vimos, adotar hábitos saudáveis e manter o controle de doenças crônicas é essencial para aprender como prevenir o AVC. E, para cuidar da saúde no dia a dia, conte com um portfólio completo de medicamentos genéricos.

Sobre o autor
Dra. Bruna Campos Oliveira
A Dra. Bruna Campos Oliveira continua contribuindo significativamente para o avanço da cirurgia vascular no Brasil, combinando experiência clínica, conhecimento técnico e compromisso com a excelência no atendimento aos pacientes.