Diabetes mellitus: o que é? Qual a diferença entre os tipos 1 e 2?
Dr. Márcio de Queiroz Elias Publicado em: 10/09/2025 - Atualizado em: 10/09/2025Saiba o que é diabetes mellitus, a diferença entre os tipos 1 e 2, os sintomas da doença, o que é glicemia normal e 5 dicas de tratamento.

Você já pensou no impacto que o excesso de açúcar do sangue pode ter na sua vida? Para quem tem diabetes mellitus (DM), seja desde criança ou adquirido na vida adulta, cada refeição, rotina e até pequenos descuidos fazem a diferença no controle da doença.
Isso porque o diabetes é uma condição em que o corpo perde o equilíbrio da taxa de glicose: ou porque não produz insulina suficiente ou não consegue utilizá-la da maneira correta1.
Embora existam diferentes classificações, focaremos os dois tipos mais comuns: diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2. Cada um apresenta causas, mecanismos e abordagens de tratamento distintos, mas ambos têm em comum a presença de hiperglicemia, ou seja, o excesso de glicose no sangue1.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 5% a 10% das pessoas com a doença têm o tipo 1, enquanto aproximadamente 90% apresentam o tipo 22.
Neste artigo, explicaremos o que é diabetes mellitus, as diferenças entre seus principais tipos, os sintomas, qual é o nível de glicemia normal e as opções de tratamento mais indicadas.
Resumo
- O diabetes mellitus é uma condição crônica caracterizada pelo aumento da glicose no sangue, causada por deficiência na produção ou no uso da insulina1.
- A diferença entre os dois tipos é que o tipo 1 tem origem autoimune, destruindo as células que produzem insulina, enquanto o tipo 2 surge devido à produção insuficiente ou à resistência do organismo à insulina3.
- Os sintomas do diabetes incluem: sede excessiva, boca seca, fadiga, feridas de cicatrização lenta, infecções frequentes, micção aumentada, perda de peso inexplicável e visão turva1.
- A glicemia normal é o nível de açúcar no sangue considerado saudável, abaixo de 100 mg/dL em jejum4.
- O tratamento envolve: monitoramento da glicemia, uso de medicamentos orais, aplicação de insulina, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios1.
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Boa leitura!
O que é diabetes mellitus?
O diabetes mellitus é uma condição crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. Esse efeito acontece quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, ou quando o corpo não consegue utilizar esse hormônio de forma eficiente1.
A doença pode afetar pessoas de todas as idades e, embora não tenha cura, pode ser controlada com medicamentos e/ou mudanças no estilo de vida1.
Ação da insulina na digestão
Durante a digestão, os carboidratos dos alimentos se transformam em glicose, a principal fonte de energia para o corpo. O nutriente é transportado pelo sangue até as células, que o utilizam para gerar energia. O excesso, por sua vez, é armazenado em forma de gordura1.
Para que a glicose entre nas células, é necessária a ação da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, que funciona como uma “chave” para liberar a entrada do açúcar1.
Quando a produção do hormônio é insuficiente ou quando o organismo não consegue usá-lo corretamente, a glicose se acumula no sangue, o que provoca a hiperglicemia1.
Com o tempo, níveis elevados e persistentes de açúcar podem causar complicações, como doenças cardiovasculares, danos nos nervos e problemas de visão1.
Qual a diferença entre diabetes mellitus tipo 1 e 2?
O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. Já o diabetes mellitus tipo 2, mais comum, ocorre quando há produção insuficiente ou resistência à insulina, o que dificulta o controle da glicose no sangue3.
A seguir, saiba mais sobre cada tipo.
Diabetes mellitus tipo 1
O tipo 1 é uma doença autoimune, ou seja, o próprio sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas3.
Por isso, pessoas com diabetes tipo 1 precisam de insulina sintética diariamente, além de manter a glicemia em níveis normais e controlar a ingestão de carboidratos3.
Em média, 10% das pessoas com a doença têm diabetes tipo 1. O diagnóstico é mais comum na infância ou adolescência, mas pode ocorrer em qualquer idade3.
Diabetes mellitus tipo 2
O diabetes mellitus tipo 2 é o mais frequente e afeta principalmente adultos, mas também pode surgir em crianças3.
Nesse caso, a produção de insulina é insuficiente e/ou as células não respondem adequadamente à sua ação, situação conhecida como resistência à insulina3.
O controle exige mudanças no estilo de vida, como prática regular de exercícios, ajustes na alimentação, monitoramento da glicemia e uso correto de medicamentos3.
Leia mais: Diabetes tipo 1, 2 e gestacional: causas + principais sintomas.
Quais são os sintomas da diabetes mellitus?
Os principais sintomas do diabetes mellitus incluem1:
- aumento da sede;
- boca seca;
- dormência/formigamento nas mãos ou nos pés;
- fadiga;
- feridas ou cortes com cicatrização lenta;
- infecções fúngicas frequentes na pele e/ou região íntima;
- perda de peso inexplicável;
- visão turva;
- vontade de urinar com frequência.
Se um ou mais desses sintomas persistirem, é fundamental buscar atendimento médico para obter um diagnóstico preciso1.
O que significa glicemia normal e qual sua importância?
A glicemia normal é o nível de açúcar no sangue considerado saudável, que não causa danos em longo prazo. No jejum, o valor ideal é abaixo de 100 mg/dL. Manter essa taxa reduz o risco de desenvolver pré-diabetes ou diabetes4.
Segundo os critérios laboratoriais da Sociedade Brasileira de Diabetes, existem diferentes métodos para medir a glicemia e classificar o paciente como normal, pré-diabético ou diabético4. Confira a tabela.
Critérios |
Normal |
Pré-diabetes |
Diabetes |
Glicemia de jejum (mg/dl) |
< 100 |
100-125 |
≥ 126 |
Glicemia ao acaso (mg/dl) + sintomas |
- |
- |
≥ 200 |
Glicemia de 1 hora no teste de tolerância à glicose oral - TTGO (mg/dl) |
< 155 |
155-208 |
≥ 209 |
Glicemia de 2 horas no TTGO (mg/dl) |
< 140 |
140-199 |
≥ 200 |
Hemoglobina glicada (HbA1c - %) |
< 5,7 |
5,7-6,4 |
≥ 6,5 |
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes4. |
Cada método tem limitações, como a necessidade de jejum ou controle prévio de carboidratos. Por isso, o acompanhamento médico é essencial para confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado ao tipo de diabetes identificado4.
Como é feito o tratamento do diabetes mellitus?
O tratamento do diabetes mellitus combina diferentes estratégias, já que a doença se manifesta de forma única em cada pessoa. Por isso, as recomendações são sempre individualizadas. Ainda assim, há cinco pilares principais para o bom controle e prevenção de complicações1.
1. Dieta
O planejamento alimentar e a escolha de alimentos saudáveis são fundamentais para manter os níveis de açúcar estáveis. A contagem de carboidratos ajuda a ajustar corretamente a dose de insulina. Manter hábitos alimentares equilibrados ajuda a controlar o peso e a reduzir o risco de doenças cardiovasculares1.
2. Exercício
A prática regular de atividade física melhora a sensibilidade à insulina e reduz a resistência do organismo ao hormônio. A recomendação geral é acumular pelo menos 150 minutos por semana, o que equivale a cerca de 30 minutos por dia, cinco dias na semana1.
3. Insulina
Indispensável para pessoas com diabetes tipo 1, a insulina sintética também pode ser indicada em alguns casos de tipo 2. As formas de aplicação incluem seringa, caneta injetora, bomba de insulina e, no caso da ação rápida, a via inalatória1.
4. Medicamentos orais
Medicamentos como a metformina ajudam a manter a glicemia sob controle em pessoas que ainda produzem insulina, como ocorre geralmente no diabetes mellitus tipo 2 e no pré-diabetes1.
5. Monitoramento da glicemia
O acompanhamento regular da glicemia é essencial para avaliar a eficácia do tratamento. A medição pode ser feita diariamente, ou até de hora em hora, quando necessário, com auxílio de glicosímetro (punção digital) ou monitor contínuo de glicose (MCG)1.
Fique atento ao diabetes!
O diagnóstico de diabetes mellitus transforma a rotina, mas não impede que você tenha uma vida plena, saudável e feliz.
O início pode ser desafiador, porém, com o tempo, é possível conhecer melhor seu corpo e a controlar a doença com mais segurança. Nesse processo, a orientação de profissionais de saúde é fundamental para a adaptação e o sucesso do tratamento.
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Sobre o autor
Dr. Márcio de Queiroz Elias
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro em 1994, concluiu sua especialização em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo em 1996. Entre 2004 e 2005, ocupou posições de liderança em maternidades e instituições hospitalares, onde consolidou sua experiência em gestão na área da saúde.