Saúde

Diabetes gestacional: entenda os sintomas e como se proteger

Dr. Márcio de Queiroz Elias Publicado em: 17/09/2025 - Atualizado em: 17/09/2025

Saiba o que é diabetes gestacional, sintomas, métodos de diagnóstico e dicas práticas de prevenção para garantir uma gravidez saudável.

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A gravidez é uma fase cheia de novidades e desafios para a mulher. Por essa razão, um pré-natal bem feito é essencial para monitorar a saúde e esclarecer dúvidas, especialmente para as mamães de primeira viagem. Isso porque uma das condições que pode surgir nesse período é o diabetes gestacional.

Basicamente, o diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma forma de hiperglicemia que se desenvolve durante a gestação. A estimativa é de que aproximadamente 16% dos bebês nascem de mulheres que têm dificuldades no controle do açúcar no sangue1.

Dentro desse grupo, cerca de 8% correspondem a gestantes que já tinham o diagnóstico de diabetes antes da gravidez1.

Se você pensa em engravidar, é fundamental conhecer as possíveis alterações dessa fase para seguir um protocolo preventivo, principalmente diante da presença de fatores de risco, como idade, histórico familiar, sobrepeso/obesidade e alterações metabólicas2.

Neste artigo, explicaremos o que é diabetes gestacional, os principais sintomas, os métodos de diagnóstico e tratamento, além de estratégias para evitar a doença.

Resumo

  • O diabetes gestacional (DG) é uma condição caracterizada pelo aumento da glicose no sangue durante a gravidez, causada pela resistência à insulina e pelas alterações hormonais típicas do período2.
  • Os fatores de risco para a doença incluem: idade materna avançada, sobrepeso ou obesidade, histórico familiar de diabetes, alterações metabólicas e casos anteriores de DG2.
  • Exames, como glicemia de jejum e teste oral de tolerância à glicose, podem confirmar o quadro. O tratamento envolve monitoramento da glicemia, ajustes alimentares e, em alguns casos, uso de insulina2.
  • Para evitar a diabetes gestacional, recomenda-se: manter um peso saudável, praticar atividades físicas moderadas e seguir uma alimentação equilibrada2.

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Boa leitura!

O que é diabetes gestacional?

O diabetes gestacional (DG) é um tipo de diabetes diagnosticado ou desenvolvido durante a gravidez, quando a concentração de glicose no sangue se eleva excessivamente, o que caracteriza hiperglicemia. Geralmente, a doença aparece entre a 24ª e a 28ª semana de gestação2.

Para compreender o surgimento da doença, é essencial saber que o período gestacional predispõe o organismo a um estado de resistência à insulina. Esse fator, aliado às alterações no controle da glicemia devido ao compartilhamento do hormônio com o bebê, favorece o desenvolvimento do DG2.

Além disso, o aumento dos hormônios da placenta e de outros comuns na gestação, como lactogênio, cortisol e prolactina, pode dificultar a ligação da insulina aos receptores celulares, o que eleva os níveis de glicose no sangue2.

Em algumas mulheres, entretanto, a elevação não ocorre quando o organismo já atingiu o limite de produção de insulina. Nesses casos, a quantidade secretada é insuficiente, o que pode levar ao quadro de diabetes durante a gestação2.

Fatores de risco para hiperglicemia na gravidez

Os principais fatores que podem favorecer o desenvolvimento do diabetes gestacional incluem2:

  • idade materna avançada (quanto maior a idade, maiores as chances);
  • sobrepeso ou obesidade;
  • histórico familiar de diabetes mellitus tipo 1 ou de alterações metabólicas, como síndrome dos ovários policísticos, hipertensão arterial e triglicerídeos elevados;
  • histórico gestacional de duas ou mais perdas ou presença de diabetes em gestações anteriores. 

Segundo os estudos mais recentes, a prevalência de DG varia de 1% a 37,7%, com média mundial de 16,2%. As estatísticas brasileiras são conflitantes, mas estima-se que 18% das grávidas acompanhadas no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentem a doença2.

O aspecto positivo para mulheres diabéticas ou que desenvolvem a condição na gravidez é que a medicina compreende bem o quadro, e os médicos indicam estratégias de controle eficazes por meio de ajustes no estilo de vida e na alimentação2.

Além disso, as oscilações na glicemia acabam rapidamente após o parto. Entretanto, recomenda-se acompanhamento contínuo para reduzir as chances de evolução para pré-diabetes ou diabetes mellitus tipo 2 no futuro2.

Quais são os sintomas de diabetes gestacional?

Geralmente, não há sinais de alerta óbvios da doença. Ou seja, os sintomas de diabetes gestacional são leves e muitas vezes passam despercebidos até a realização do exame. Fique atento às seguintes evidências na gestação, caso apareçam3:

  • cansaço;
  • náuseas;
  • sede excessiva;
  • xixi com frequência.

Desenvolver DG não significa que a doença já existia antes da gravidez. A condição surge justamente devido à gestação. Mulheres com diabetes tipo 1 e tipo 2 enfrentam desafios diferentes quando engravidam3.

Como é feito o diagnóstico e controle do diabetes gestacional?

O exame para diagnóstico do diabetes gestacional é realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, período considerado o mais adequado pelos especialistas para obter resultados precisos. Porém, o teste pode ser feito antes, especialmente se a gestante apresentar fatores de risco associados à doença2.

Para coletar os dados necessários para a análise, dois tipos de exame podem ser feitos2:

  • glicemia de jejum: avalia a concentração de glicose no sangue após um período de jejum de 8 a 12 horas;
  • teste oral de tolerância à glicose (TOTG): mede a glicemia antes e em intervalos de uma, duas e/ou três horas após a ingestão de uma solução com 75 gramas de glicose anidra. Também exige jejum de 8 a 12 horas. 

Quando o exame de glicemia de jejum é feito antes da 20ª semana e apresenta resultado inferior a 92 mg/dL, posteriormente o TOTG deve ser realizado entre a 24ª e a 28ª semana para confirmar o diagnóstico, seja de DG ou diabetes mellitus2.

Nos casos de início de pré-natal tardio, o protocolo começa diretamente pelo teste oral de tolerância à glicose, capaz de diagnosticar com alta precisão os casos da doença2. Veja na imagem abaixo como funciona o fluxograma do teste de glicemia na gravidez.

Fluxograma do teste de glicemia na gravidez. Fonte: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia2.

Controle da doença na gravidez

Nos casos de diagnóstico positivo, o passo seguinte é controlar os níveis de glicose. Para alcançar esse objetivo, é necessário monitorar e registrar a glicemia, manter um plano alimentar adequado e, em algumas situações, utilizar insulina4.

O monitoramento da glicemia é realizado com um aparelho chamado glicosímetro. Os resultados, registrados nos períodos definidos pelo médico e anotados pela gestante, podem ser avaliados semanal ou quinzenalmente, conforme cada caso4.

Na alimentação, o controle da quantidade de carboidratos consumidos é fundamental para manter a glicose estável. Na maioria das situações, a combinação de monitoramento da glicemia, ajustes alimentares e exercícios físicos regulares é suficiente para controlar o diabetes gestacional4.

A frequência e a dose de insulina necessárias variam de acordo com cada gestante. Por esse motivo, é essencial seguir a prescrição médica para garantir a eficácia do tratamento4.

Agora que você já conhece o que é a doença, os fatores de risco, os sintomas e os métodos de diagnóstico, pode surgir a dúvida: como evitar a diabetes gestacional? Afinal, o objetivo é garantir uma gravidez saudável. Confira as orientações no próximo tópico!

Como evitar a diabetes gestacional?

Para evitar a diabetes gestacional, é importante manter um peso saudável, adotar uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas regularmente, o que controla o ganho de peso ao longo da gestação. Quando esses hábitos já fazem parte da rotina antes da gravidez, as chances de prevenir a doença aumentam2.

Além desses cuidados, é essencial seguir as orientações médicas e realizar todos os exames do pré-natal nos períodos recomendados2.

No plano alimentar, dê preferência a alimentos ricos em nutrientes, in natura e minimamente processados, como2:

  • alimentos integrais (arroz, pão, macarrão e biscoitos);
  • carnes magras de peixe, boi ou frango;
  • frutas;
  • leguminosas (feijão, lentilha, ervilha e grão-de-bico);
  • leite e derivados com baixo teor de gordura;
  • oleaginosas (castanha-do-pará, castanha de caju, amêndoas e nozes);
  • óleos vegetais e azeite;
  • ovos;
  • sementes (gergelim, linhaça, girassol e abóbora);
  • vegetais. 

Os exercícios aeróbicos de resistência e intensidade moderada, como caminhada, hidroterapia, dança e natação, são os mais indicados2.

Práticas de 20 a 30 minutos por dia, com frequência ajustada à disponibilidade e às necessidades de cada gestante, contribuem para o controle da glicemia2.

Segundo o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia, as atividades aquáticas são as mais seguras durante a gravidez. Essa modalidade pode aumentar a força física e muscular, além de reduzir edemas periféricos2.

Cuidado seguro em todas as fases!

A diabetes gestacional não é totalmente prevenível, mas existem medidas simples que ajudam a reduzir o risco e a proteger a saúde antes, durante e depois da gravidez.

Além dos cuidados diários, o uso de medicamentos confiáveis e seguros, quando indicado pelo médico, representa uma medida essencial para preservar o bem-estar da mãe e do bebê.

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Sobre o autor

Dr. Márcio de Queiroz Elias

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro em 1994, concluiu sua especialização em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo em 1996. Entre 2004 e 2005, ocupou posições de liderança em maternidades e instituições hospitalares, onde consolidou sua experiência em gestão na área da saúde.

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